convido a ouvir

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Crescer no perder


Crescer no perder
Hoje não quero sentir, ver nem ouvir os mundos
Fecho-me no casulo austero da indiferença crua
Mas deixo um postigo aberto a um nicho lá no fundo
Onde calmamente se poderá aninhar o amor e o apego
Por algum tempo serei uma ilha isolada de sonhos
E farei o funeral de algumas mágoas do meu ego
As outras, as que não são do amor nem do apego
Sei que terei de acordar quando as águas baixarem
Farei o luto pelas gotas da minha ingenuidade nua
Sei que serei sempre aquela árvore dos sorrisos simples
A que se dobra sob o vento e teimosamente se endireita
Raiz razão e ramos paixão ousando querer tocarem a lua
Não passarei uma esponja nas injustas causas dos outros
Mas sairei do casulo e entenderei que no perder, cresci.
Não gosto de crescer assim

mariam 2010/04/20


A precisar de descanso, vou estar uns dias num dolce fare niente ...